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Motociclismo e Segurança

A noticia que não queremos receber


30/03/2015 19h50

Nas minhas viagens por esse Brasil, por gostar de ir a eventos para motociclistas, organizados por Moto Grupos ou Moto Clubes e com o apoio das Prefeituras locais, constantemente tenho ouvido noticias sobre acidentes envolvendo os amantes das duas ou três rodas.

Quando esses ocorrem, nos itinerários de ida para os locais dos encontros, logo a notícia se espalha entre os participantes e, as vezes, o próprio locutor do evento passa a informação solicitando, àqueles que possam doar sangue, que compareçam ao hospital da cidade afim de ajudar nas normais carências encontradas nesses hospitais do interior, naturalmente compreensíveis.

Quando esses acidentes ocorrem, nos retornos dos eventos, logo-logo ficamos sabendo através da imprensa, ou pelas redes sociais, Sites especializados, Associações etc, etc..

Logo que tomamos conhecimento do ocorrido, nos vem logo aquela pergunta básica: Quem seria a vitima? Seria um conhecido do meio? Fazia parte de algum moto clube ou moto grupo? Estava sozinho? Estava com garupa? Em fim, as dúvidas nos levam a querer saber, exatamente, “ a notícia que não queremos saber” , independentemente de a vitima ser, ou não, um conhecido, o que mesmo assim nos mexe, sobremaneira, com todos aqueles que curtem as duas ou três rodas e que costumam se encontrar nesses eventos.

E não foi diferente nos últimos eventos que compareci nas maravilhosas cidades de Barbacena /MG e Charqueada/SP. Em Barbacena, tão logo chegamos, ficamos sabendo do acidente sofrido por um amigo, de um moto-clube do norte do Estado do Rio de Janeiro e que estava internado em Santos Dumond.

Felizmente ele só teve uma pequena fratura em uma das pernas, foi operado, e passava bem, tanto que, quando de meu retorno com amigos do Buzios Moto Clube, no domingo,, pudemos visitá-lo no hospital, torcendo para que logo se recupere e nos brinde com sua presença nos encontros.

Não muito diferente ocorreu na Rodovia que liga Rio Claro a Charqueada/SP, num descuido de uma esportiva, seu piloto foi jogado contra um barranco e teve diversas escoriações.

No entanto, parece-me que já acostumamos com a “normalidade” desses fatos, os quais, passaram a ser considerados como uma “rotina”, pois, com o advento dos chamados celulares/fotográficos e, em alta resolução, passamos a expor e publicar fotografias como se fossem deveras importante divulgarmos.

Amigos, no mês passado, tivemos a triste noticia do falecimento de uma jovem menina, garupa de um motociclista, a qual foi vitima de um atropelamento após ter caído da garupa de seu companheiro quando este, fazendo uma ultrapassagem por um caminhão, foi colidido por um colega, em mesmo sentido, os quais caíram e ela , infelizmente, fora atropelada por uma carreta que vinha em sentido contrário.

Que tragédia para a família e para os integrantes do clube dos envolvidos.

No afã de noticiarem o ocorrido, algumas fotos do local foram publicadas e, o que mais me chamou a atenção, até mesmo por minha profissão, foi que, claramente nas fotos divulgadas, mostrava que a ultrapassagem havia sido feita em local proibido, com faixas contínuas, indicando a proibição de ultrapassagens e em local extremamente perigoso.

Amigos, não viemos nesse mundo para julgar ninguém e devemos respeitar a dor daqueles que sofreram muito com a perda, porém, devemos lembrar que, todo aquele ocorrido poderia ter sido evitado se as normas e regras de trânsito fossem respeitadas, se a sinalização vertical (placas de limite de velocidade, curva perigosa, etc..), ou mesmo, as horizontais ( faixas indicativas e de redutores de velocidade, etc), fossem entendidas como proibitivas e de alertas para a possibilidade de acidentes.

Portanto amigos, que a Passagem dessa nossa querida amiga não tenha sido, apenas, mais um numero estatístico registrado, mas sim, um novo alerta para todos aqueles que se arriscam em manobras perigosas, ultrapassagens por acostamentos, excessos de velocidades, entre outras, achando que são super poderosos e que tais fatos nunca ocorrem com eles próprios.

Deixemos que, as criticas ou avaliações sobre o ocorrido no acidente sejam avaliados e julgados pela justiça específica, e que, suas irresponsabilidades, caso comprovadas, sejam mais alguns exemplos negativos a não serem seguidos.

O irreparável castigo já ocorreu.

Que DEUS dê o descanso eterno a nossa querida amiga.

Em tempo: O presente texto foi escrito na semana passada para o Jornal Motocycle, porém, infelizmente, recebemos a informação de diversos acidentes na ida e na vinda para o evento de Rio das Ostras no último final de semana, inclusive, com um casal de Bom Jesus de Itabapoana, vítimas fatais, quando iam para o Evento.

Precisamos mudar essa realidade.

Cel Dario Cony
30 textos publicados

Coronel da PMERJ, já aposentado. Motociclista Brevetado, com o CFoMES - Curso de Formação de Motociclistas Escoltas e Segurança, concluído em 1979 na Instituição. Como Capitão, foi Coordenador de diversos desses Cursos no Batalhão de Polícia de Choque (BPChq). Motociclista desde os 21 anos, é casado com Nádia Cony, e Presidente do Family Cony's Motocycle Group, RJ. Como experiente motociclista, é possuidor do Patch de 125.000 Milhas do HOG ( HARLEY OWNERS GROUP). Sua paixão são as estradas, as quais, curte com a sua conhecida " Negona III", uma Harley Davidson, Street Glide / Preta e Dourada, 2016. Seu sonho: Conscientizar os irmãos motociclistas que: " A Motocicleta é um meio de curtir a vida, e não, um objeto para buscar a morte".

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