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Motociclismo e amizade

Viagem solo, ou em grupo?


29/04/2015 10h03

Como muitos sabem, sou um amante do motociclismo estradeiro e, quando fui para a inatividade em 2009, tenho curtido fazer algumas viagens, pelo interior do Brasil, geralmente, sozinho.

Criei o hábito de programa-las de forma muito simples, utilizando duas ferramentas importantes da internet: o Google Maps, onde vejo os roteiros, a situação das estradas, o tipo de piso, as distâncias a serem percorridas, além de outras informações facilmente acessadas, que me permitem saber sobre pedágios, percursos menores, tempos de viagem, identificação das estradas, cidades principais e distritos secundários, permitindo conhecer lugares, pouco visitados, por não estarem nos principais eixos rodoviários das conhecidas “BRs” ou das principais rodovias estaduais.

Quando nas cidades, costumo utilizar o aplicativo Waze, que permite chegar aos endereços escolhidos, de forma bem simples.

Quando sem sinal de internet, uso a forma mais antiga utilizada para se pedir uma informação: - Por favor, bom dia (tarde ou noite) poderia me informar onde fica.........., Obrigado.

Por diversas vezes, fui indagado por amigos, sobre o motivo de não utilizar um GPS, uma vez que, temos excelentes aparelhos no mercado nacional e diversas marcas de importados.

Humildemente, dou como resposta que, apesar de ter dois (um ganhei de presente de um grande amigo, e outro que, apesar de comprado nos EUA, doei para outro amigo), não consigo me adaptar e não quero ter mais essa preocupação durante a condução da minha moto pelas estradas.

Mas o nosso tema de hoje é uma escolha: Viagem Solo, ou em Grupo?

Amigos, essa escolha é muito pessoal e depende de alguns fatores específicos a cada modalidade, dentre as quais, a finalidade do passeio e o objetivo final (visitas de outros grupos, comemorações festivas, filantropia, etc).

Quando esse tema é discutido entre motociclistas, sempre ouço que, como principal motivo para se andar em grupo é a possibilidade de um sinistro onde, uma pessoa estando sozinha, teria mais dificuldade de assistência ou socorro.

No entanto, me permito lembrar que, não andamos de motos para cair, mas sim, para não cair, ou seja, andar com segurança, dentro dos limites de velocidade, obedecendo às leis de trânsito e respeitando os demais usuários das vias, são procedimentos que ajudam em muito, e evitam os acidentes, levando-se em conta que existem as fatalidades, mas que se ficarmos com medo destas, não sairemos de casa e nem viveremos.

Desnecessário se faz lembrar que, todos nós sabemos, ou já ouvimos falar, sobre diversos sinistros, ocorridos entre os participantes de um comboio, ou um grupo de motociclistas, quer em pequenos passeios, ou em grandes percursos, levados exatamente pela falta de atenção, a imperícia e negligência, a preocupação com quem está atrás, a preocupação daquele que puxa o comboio, entre outros fatores comprovadamente causadores de algumas colisões traseiras, derrapagens, ultrapassagens indevidas, ou mesmo, por “disputas” pessoais entre alguns, motivados por vaidades, potências de motor, modelos e estilos de motocicleta, etc, etc, Longe de querer polemizar, e respeitando aqueles que gostam de sair em grupos por motivos pessoais, pela necessidade e prazer das companhias, por afinidades específicas entre amigos, pelo prazer do bate-papo nas paradas, ou mesmo, pela considerável beleza que pode parecer aquele grande numero de motos, e motociclistas, juntos, principalmente de determinadas marcas (HD, BMW, Esportivas), ainda entendo que a viagem solo consegue fazer diminuir, em muito, diversos daqueles fatores causadores de desagrados, discórdias, disputas, e até sinistros, (evidentemente não fugindo das fatalidades que podem acontecer estando sozinho ou em grupo) e nos permite, apenas, nos preocupar com a beleza das estradas, das paisagens, com o trânsito de veículos, com as ultrapassagens seguras, com as armadilhas das estradas (pedaços de pneu, buracos,..), parar onde quiser, não ficar preso a horários, não se preocupar com a velocidade de outros, abastecimentos, vontades próprias, enfim, sentir a grande sensação de liberdade descompromissada de regras e normas que o motociclismo, principalmente estradeiro, nos permite sentir.

Amigos, desfrutar da companhia de alguém é sempre natural e faz parte da nossa convivência em sociedade, mas, garanto que uma viagem solo nos leva há alguns momentos de reflexão, de valorização da vida, da natureza, das pessoas que gostamos e amamos mesmo que distantes.

Tais momentos, só serão divididos com DEUS que, sempre estará conosco, acionando os manetes e os pedais dessa nossa paixão chamada motociclismo, quer em viagem Solo, ou em Grupo. Boas estradas.

Cel Dario Cony
30 textos publicados

Coronel da PMERJ, já aposentado. Motociclista Brevetado, com o CFoMES - Curso de Formação de Motociclistas Escoltas e Segurança, concluído em 1979 na Instituição. Como Capitão, foi Coordenador de diversos desses Cursos no Batalhão de Polícia de Choque (BPChq). Motociclista desde os 21 anos, é casado com Nádia Cony, e Presidente do Family Cony's Motocycle Group, RJ. Como experiente motociclista, é possuidor do Patch de 125.000 Milhas do HOG ( HARLEY OWNERS GROUP). Sua paixão são as estradas, as quais, curte com a sua conhecida " Negona III", uma Harley Davidson, Street Glide / Preta e Dourada, 2016. Seu sonho: Conscientizar os irmãos motociclistas que: " A Motocicleta é um meio de curtir a vida, e não, um objeto para buscar a morte".

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