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Compensa rodar com etanol na sua moto flex? Descubra

Rodamos mais de 1.000 km na cidade e na estrada com a Honda CG 160 Titan para responder à dúvida de muitos motociclistas


Cicero Lima, colaborou Arthur Caldeira

Agência Infomoto

03/07/2018 15h12

Após o protesto dos caminhoneiros pela redução do preço do diesel, entre outras demandas, o valor cobrado pela gasolina disparou. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, um litro do combustível fóssil chegou a custar R$ 5,59 na primeira semana de junho – o preço médio em todo o País no mesmo período era de R$ R$ 4,60.

Com isso muitos proprietários de motocicletas bicombustíveis passaram a considerar o etanol como uma alternativa para economizar alguns centavos. Afinal, no mesmo período, o valor médio do combustível vegetal era de R$ 2,98. Mas, afinal, vale a pena usar etanol ao invés de gasolina na moto?

Para tirar essa dúvida, rodamos mais de 1.000 km com a moto mais vendida do Brasil, a Honda CG 160 Titan, que pode ser abastecida com gasolina ou etanol. Rodamos com a CG nas ruas de São Paulo (SP) e também na estrada, em uma viagem de 1.000 km até Tiradentes, em Minas Gerais. Confira.

Moto “bebe mais” no álcool

Apesar do preço inferior, um litro de etanol rende menos do que um litro de gasolina. Ou seja, a moto “bebe mais” no álcool. Piadas à parte, a prática confirmou a teoria.

Na cidade, por exemplo, em meios aos congestionamentos de São Paulo, o torque da CG 160 Titan (1,40 kgf.m a 6.000 rpm) dispensa constantes trocas de marchas. Respeitando os limites de velocidade e sendo usada de forma racional, a CG 160 foi muito econômica: 41 km/litro rodando na gasolina. O preço da gasolina comum utilizada foi de R$ 3,99.

Já no etanol, o consumo aumentou cerca de 40%. Utilizando a moto da mesma forma e para percorrer praticamente os mesmos trajetos diariamente, rodamos 24,7 km / litro de etanol, vendido por R$ 2,49.

Em uma conta rápida, a vantagem no uso urbano vai para a gasolina. Gastamos R$ 0,097 por quilômetro rodado com a gasolina; já no etanol, esse valor subiu para R$ 0,10 / km.

Outro aspecto favorável ao combustível derivado do petróleo é a autonomia maior. No caso da CG, que tem tanque de 16,1 litros, chegaria a 660 km. Com etanol, seria de pouco superior aos 390 km.

Até Tiradentes (MG) sem abastecer

Para avaliar o consumo na estrada, rodamos entre São Paulo e Tiradentes, distantes quase 500 km, com gasolina. Exigimos o máximo de desempenho do motor de um cilindro e 162,7 cm³ que atinge a potência máxima de 14,9 cv na gasolina. O velocímetro marcou 110 km/h na maior parte de viagem. E o marcador de gasolina no painel digital praticamente não se mexia.

Após mais de cinco horas na estrada, o painel acusou reserva, quando o hodômetro parcial marcava 454 km. Rodamos até os 478 km e, já próximo ao destino, abastecemos a CG.

Gastamos 15,22 litros para quase chegar à Tiradentes sem parar para abastecer. O consumo médio foi de 31,42 km/litro – mais alto do que no uso urbano, porque o acelerador estava quase sempre “no talo”. Com preço de R$ 4,949 pelo litro, gastamos R$ 75,32 na primeira parte da viagem. A autonomia estimada seria de 505 km.

Mais paradas com álcool

No retorno à São Paulo, mantivemos o mesmo ritmo, mas a moto foi abastecida com etanol. Com o combustível vegetal, o desempenho declarado pela Honda é melhor: 15,1 cv e 1,54 kgf.m de torque.

Na prática, a CG parecia estar mais solta e com maior facilidade para atingir a velocidade máxima – em torno dos 130 km/h. Nas subidas, por exemplo, a Titan parece estar mais “animada”.

Mas, como era previsto, houve grande aumento do consumo. Tanto que foram necessárias duas paradas, uma com 255 km percorridos e depois já chegando ao centro de São Paulo, com 260 km. O consumo médio dos dois abastecimentos na volta foi de 20,84 km/litro.

Ao todo consumimos 24,71 litros de etanol e gastamos R$ 79,56 no trecho de volta. O custo médio do litro de etanol na estrada foi de R$ 3,22. A autonomia caiu para 335 km.

Na ponta do lápis, os custos foram equivalentes. Gastamos os mesmos R$ 0,15 para rodar um quilômetro com gasolina e com etanol. Lembrando que isso pode variar de acordo com a diferença de preço entre os dois combustíveis.

A desvantagem do etanol é a menor autonomia, o que obriga a fazer mais paradas. Mas, por outro lado, a CGzinha parece andar mais no álcool.

Compensa ou não?

Nossas medições mostraram que, na verdade, tanto faz abastecer com gasolina ou etanol. Na cidade, o combustível fóssil é um pouco mais vantajoso e economiza tempo, afinal são menos visitas ao posto de combustível, pois a gasolina oferece maior autonomia.

Já na estrada, foi empate técnico. O gasto por quilômetro foi exatamente o mesmo. Vale lembrar, que os resultados de consumo e os gastos podem variar muito de acordo com o ritmo da viagem e também com o preço praticado nos postos.

Muitos têm dúvida se o uso exclusivo do etanol pode danificar o motor da moto. Segundo o mecânico Olavo Antônio Jr. da concessionária Honda STR Motos de Osasco (SP), a CG e outras motos flex estão totalmente preparadas para rodar com o combustível vegetal.

O mecânico alerta, entretanto, que é preciso ter alguns cuidados em regiões mais frias. “Abaixo dos 15 graus é recomendável manter 20% do tanque abastecido com gasolina”, avisa. Essa quantidade é necessária para facilitar a primeira partida do dia.

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