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Harley aposta em motos menores e line-up mais amplo para voltar a crescer

Estratégia anunciada pela empresa norte-americana inclui motos elétricas, modelos mais acessíveis e até uma bigtrail


Arthur Caldeira

Agencia Infomoto

01/08/2018 09h54

Às vésperas de comemorar 115 anos construindo as grandalhonas motos americanas com motor V2, a Harley-Davidson anunciou nesta semana seus planos para aumentar as vendas e crescer globalmente até 2022. Entre as estratégias surpreendentes da empresa norte-americana estão o lançamento da LiveWire, a primeira moto elétrica da marca, para o ano que vem; uma nova plataforma de motos entre 500cc e 1250 cc, que incluem uma naked esportiva e até, pasmem, uma moto aventureira; além da intenção de desenvolver um modelo mais acessível entre 250 e 500cc para a Índia e outros mercados asiáticos.

Chamado de “More Roads to Harley-Davidson” (mais estradas para a Harley, em tradução literal), o plano anunciado pelo Presidente e CEO da Harley-Davidson Inc., Matt Levatich, também visa ampliar o acesso aos produtos da marca, por meio de e-commerce e novos pontos de venda em centros urbanos. Outro objetivo é fortalecer financeiramente os concessionários com melhor desempenho.

Além, é claro, de prometer um melhor retorno financeiro aos investidores, afinal a Harley-Davidson Inc. é uma empresa de capital aberto com ações na Bolsa de Nova Iorque (NYSE: HOG). O comunicado fala em gerar US$ 1 bilhão a mais em receita em 2022 em relação a 2017.

Desde 2008, as vendas de motocicletas nos Estados Unidos estão estagnadas: em média são comercializadas cerca de 350 mil unidades por ano. Por dominar o segmento de motos de alta capacidade nos Estados Unidos, a Harley tem perdido espaço em seu país sede, mas também tem visto suas vendas caírem no resto do mundo.

No ano fiscal de 2017 (encerrado em janeiro deste ano), as vendas da Harley-Davidson nos Estados Unidos caíram 8,5% se comparado com 2016; enquanto as vendas em mercados internacionais registraram queda de 3,9% no mesmo período. Somados, os números revelam que, apesar das mudanças feitas nos últimos anos, as vendas mundiais da empresa fecharam 2017 no negativo: - 6,7%.

Line-up mais amplo

Qualquer motociclista experiente sabe que a Harley vende praticamente um tipo de moto há, pelo menos, um século: grandalhonas e pesadas motos americanas com motor V2. Em um mundo cada vez mais segmentado, isso tem se mostrado um problema. Finalmente, a Harley parece ter percebido isso.

Embora os planos sobre novos produtos comecem com um tópico sobre ampliar a liderança no mercado de alta cilindrada, com a continuação do desenvolvimento de novas motos Touring e Cruiser, a marca fala abertamente em oferecer uma linha de motos mais abrangente. A estratégia permitiria à Harley competir em segmentos de maior volume e de rápido crescimento. Em resumo, motos menores e motos aventureiras.

O primeiro tópico ainda parece distante, já que a marca fala em desenvolver uma moto entre 250 e 500cc para a Índia e outros mercados asiáticos emergentes, mas isso dependeria de um parceiro local, que ainda não existe. O comunicado deixa claro que esse plano ainda depende da capacidade da empresa em negociar e implementar com sucesso uma aliança estratégica na Ásia.

Já a entrada no segmento de motos aventureiras, que tem crescido em todo o mundo, tem data marcada para acontecer: a bigtrail PanAmerica 1250 deve ser lançada em 2020.

A foto do protótipo mostra um motor V2 de 1250cc com refrigeração líquida e o que parece ser duplo comando de válvulas no cabeçote. A PanAmerica ainda ostenta o porte de uma bigtrail com guidão e assento alto, além de para-brisa e protetores de mão. As rodas com raios externos indicam que ela deve usar pneus sem câmara e de uso misto.

O modelo aventureiro faria parte da tal plataforma modular de motos entre 500cc e 1250cc, que abrangeria três “espaços” de produtos distintos e quatro variações de motor. O segundo espaço seria preenchido por uma Custom de 1250cc que, cá entre nós, não mostra nada de muito novo, além do motor; enquanto a novidade ficaria para uma naked esportiva, batizada de Streetfighter, com motor V2, mas de 975 cc.

O modelo empolga bastante, por ter uma silhueta mais estreita que as tradicionais motos Harley. O motor V2 de menor capacidade também parece ter arrefecimento líquido, mas ainda com a tradicional transmissão final por correia dentada. Na parte ciclística, um quadro tubular é sustentado por uma suspensão invertida na dianteira e uma balança monoamortecida na traseira. As rodas de liga-leve contam com freios a disco e pinças radiais.

Apesar de o comunicado também ter sido enviado em português pela assessoria de imprensa da Harley-Davidson no Brasil, a subsidiária afirma que ainda não tem informações sobre a disponibilidade desses novos modelos no País. A empresa ainda afirmou que não é possível precisar como e de que forma essas mudanças de rumos podem afetar a operação da Harley no Brasil, que conta com escritório em São Paulo (SP) e uma planta fabril em Manaus (AM).

Aposta nas elétricas

Além de oficializar o lançamento da LiveWire para agosto de 2019, a Harley-Davidson promete que o modelo será o primeiro de um portfólio amplo de motos elétricas de duas rodas sem embreagem. O objetivo é estabelecer a empresa como líder na “eletrificação” do motociclismo.

De acordo com o comunicado, até 2022, serão lançadas outras modelos mais leves e menores, movidos a eletricidade. As motos seriam mais acessíveis para inspirar novos consumidores a assumirem o guidão de uma moto.

Corte de custos e aumento de investimentos

Além de conquistar novos clientes e voltar a crescer, a empresa espera que o plano de estratégias crie mais valor, estabilize e fortaleça os negócios existentes, melhore o retorno sobre o capital investido da Harley-Davidson Motor Company, aumente a receita e os lucros e permita que a empresa retorne mais dinheiro aos acionistas.

Para isso, a empresa irá cortar custos e realocar investimentos e recursos previamente planejados. A Harley-Davidson espera investir de US$ 675 milhões a US$ 825 milhões nos próximos quatro anos e gerar receita de US$ 5,9 bilhões a US$ 6,4 bilhões em 2022.

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