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Produção de motos cai 36,9% no primeiro trimestre de 2016

Resultado fica abaixo do esperado e fabricantes projetam queda de 9,7% no ano


Aldo Tizzani/ Agência INFOMOTO

Agência Infomoto

11/04/2016 14h22

Nesta crise político-econômica, o fantasma do desemprego está rondando novamente a casa de todo trabalhador brasileiro, que hesita antes de contrair uma nova dívida.

Esse “efeito dominó” atingiu as vendas em diversos setores, como carros, imóveis e, claro, as motos.

Para Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, associação dos fabricantes do setor de duas rodas, houve uma queda superior a 50% no movimento das concessionárias de moto e, isso se reflete em menos vendas.

"Ninguém quer adquirir uma nova dívida com o medo de não poder pagar a prestação, seja uma parcela de financiamento ou do consórcio”, explica Fermanian, dizendo que a crise contaminou a cadeia produtiva e causou queda da demanda.

Os números de produção divulgados nesta quinta-feira (7 de abril) pela Abraciclo revelam uma situação crítica.

Entre janeiro e março deste ano, foram produzidos 227.426 veículos de duas rodas, contra 360.187 unidades fabricadas nos três primeiros meses de 2015, ou seja, uma redução de 36,9%.

Já os emplacamentos, segundo os números computados pela Fenabrave (entidade que reúne os distribuidores de veículos), mostram um cenário menos desolador.

No primeiro trimestre de 2016, foram emplacadas 286.172 motocicletas contra o emplacamento de 326.986 unidades no mesmo período do ano passado, uma queda de 12,48%.

Entretanto, o encolhimento nas vendas de varejo foi de 26,6%, pois, se desconsiderarmos os ciclomotores usados que tiveram de ser emplacados, as motos 0 km (zero) comercializadas foram efetivamente 239.923 unidades.

Neste quadro recessivo, as motos de baixa cilindrada, que representam o maior volume do setor de duas rodas, foram as mais afetadas, pois o crédito direto ao consumidor para este tipo de produto está a cada dia mais restritivo.

Segundo a entidade, de cada dez fichas cadastrais, apenas duas são aprovadas pelas instituições financeiras.

Projeções revistas

Os péssimos resultados de produção e de vendas no varejo e no atacado fizeram com que a Abraciclo revisse suas projeções para 2016.

Anteriormente, a associação acreditava em uma estabilização do setor.

Em comunicado, a Abraciclo afirmava que “os números de 2016 podem ser próximos aos de 2015 e representar o fim da queda no mercado de motocicletas”.

Entretanto, na coletiva de imprensa, em que divulgou os resultados deste primeiro trimestre, a projeção para este ano é que o segmento de motocicletas produza 1.140.000 unidades neste ano, o que representaria queda de 9,7% em comparação a 2015, quando 1.262.708 unidades saíram das linhas de montagem.

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