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O modelo ítalo-chinês da SWM chega até o final do ano com motor de 30 cv, ciclística acertada e freios ABS por R$ 25.000
Aldo Tizzani / Agência INFOMOTO
Agência INFOMOTO
Confesso: fui traído pelo “pré-conceito”. Quando recebi o convite para testar motos da renascida SWM, na Itália, pensei cá com meus botões: “mais uma ‘motinho’ que vai ficar devendo”. Devendo em termos de personalidade – marca italiana, com capital chinês (Grupo Shineray) –, devendo em termos desempenho e segurança.
O modelo 2017 da Silver Vase 440 pode ser sim uma opção para o motociclista que quer uma moto, moto, sem frescura e com um acertado conjunto mecânico e ciclístico. Importada pela SU Trade, o modelo no melhor estilo scrambler, com escape alto na lateral direita e “number plate” 440 nas tampas laterais, deve chegar ao País até o final do ano por cerca de R$ 25.000.
De cara o que chama a atenção é o formato do tanque de combustível, todo facetado e com capacidade para 22,5 l de gasolina, declarado pelo fabricante. Apesar de controverso, o desenho oferece ao piloto um bom encaixe para as pernas. Na Silver Vase há várias peças pintadas em preto: para-lamas, capa do farol, copos dos mostradores, protetor dos escapes e motor. Visualmente, esta SWM é bastante harmônica para quem gosta do estilo retrô, exceto pelo exagerado logotipo da marca estampado no tanque.
O propulsor – um monocilíndrico, quatro tempos, refrigerado a ar e com de 445,3 cm³ de capacidade cúbica – é fabricado na China e trazido para a linha de montagem da SWM em Biandronno, região de Varese, norte da Itália. Aliás, só por curiosidade, nesta mesma planta já foram fabricadas outras motos europeias, como a Husqvarna.
O motor tem duplo comando de válvulas no cabeçote (DOHC), injeção eletrônica de combustível e transmissão final por corrente. Em relação aos números de desempenho, o propulsor da Silver Vase 440 gera 30 cv a 6.750 rpm de potência máxima e bons 3,7 kgf.m de torque a 5.500 rpm.
Na prática, a motinho se saiu muito bem em trechos urbanos e em ruas estreitas. Não deixou a desejar também nos deslocamentos por estradas no entorno da fábrica. O motor tem respostas rápidas e oferece bom torque em baixos e médios regimes de rotação. O conjunto motriz tem câmbio de cinco velocidades, mas tive dificuldade para encontrar o neutro.
Detalhe: a linha 2017 da SWM já está de acordo com as normas europeias de emissões Euro IV, que equivale a fase dois do Promot 4 aqui no Brasil.
Com 151 Kg (sem combustível), a SWM Silver Vase traz uma ciclística robusta. Na dianteira garfo telescópico convencional com tubos de 43 mm de diâmetro e 125 mm de curso. Para completar disco simples de 260 mm. Na traseira, duplo amortecedor com 99 mm de curso, com regulagem na pré-carga da mola, e disco simples de 220 mm de diâmetro. Ambas as rodas contam com sistema de freios ABS.
O sistema de freio transmite segurança e eficiência, enquanto a suspensão copia bem as irregularidades do piso – quase perfeito. No Brasil, a suspensão deverá ser mais macia para suportar impactos mais bruscos. Apesar de toda a simplicidade, a moto tem bom comportamento dinâmico.
Para completar o estilo scrambler, a Silver Vase está calçada com pneus de uso misto Pirelli MT60, nas medidas 100/90-19” (D) e 130/80-17” (T).
Apesar de muitos no Brasil terem torcido o nariz para a Silver Vase 440, em função do acabamento simples e o tanque multifacetado, a moto oferece boa ergonomia e conforto. São vários os motivos: guidão alto, pedaleiras levemente recuadas e espuma do assento de boa densidade. Assim, o piloto rodará com a coluna reta e com braços e pernas em posições naturais, como nas antigas trail da década de 1970.
A Silver Vase foi feita para agradar ao motociclista, que é fã do estilo scrambler, mas não quer (ou não tem tempo) de customizar a sua própria moto. Porém, o sucesso do produto está diretamente atrelado ao valor final de venda, hoje estimado em R$ 25.000 pelos importadores, além das concessionárias, estoque de peças e serviço de assistência técnica.
Mas para isso, teremos de aguardar a chegada oficial da SWM ao Brasil, que acontecerá durante o Salão Duas Rodas, entre 14 e 19 de novembro, em São Paulo. As motos precisam ser homologadas para o mercado nacional e, claro, receber ajustes para rodar com nosso combustível e enfrentar nossas malcuidadas vias.
SWM Silver Vase 440
Motor Um cilindro, DOHC, quatro tempos, refrigerado a ar
Capacidade cúbica 445,3 cm³
Taxa de compressão 10:1
Potência máxima 30 cv a 6.750 rpm
Torque máximo 3,7 kgf.m a 5.500 rpm
Câmbio Cinco marchas
Transmissão final Corrente
Alimentação Injeção eletrônica
Partida Elétrica
Quadro Berço duplo em aço
Suspensão dianteira Garfo telescópico de 43 mm de diâmetro com 125 mm de curso
Suspensão traseira Duplo amortecedor com 99 mm de curso e ajuste na pré-carga da mola
Freio dianteiro Disco simples com 260 mm de diâmetro e ABS
Freio traseiro Disco simples com 220 mm de diâmetro e ABS
Pneus 100/90-19 (diant.) / 130/80-17 (tras.) – Pirelli MT60
Comprimento 2.142 mm
Largura 813 mm
Altura 1.170 mm
Distância entre-eixos 1.441 mm
Distância do solo 191 mm
Altura do assento 820 mm
Peso (sem combustível)151 kg
Tanque de combustível 22,5 litros
Preço estimado R$ 25.000
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