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Renovada, Kawasaki Ninja ZX-6R é única superesportiva média à venda no Brasil (Foto: Divulgação)

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Nova Kawasaki Ninja ZX-6R mostra que “cilindrada” não é tudo

Com design renovado e um decente pacote eletrônico, superesportiva média mostra que não é preciso ter 1.000 cc para se divertir na pista; preço de R$ 49.990 é menor do que o antigo modelo


Arthur Caldeira

Infomoto

21/03/2019 20h40

A nova geração da Kawasaki Ninja ZX-6R desembarca no Brasil com design renovado, mais eletrônica embarcada e como única opção no segmento de superesportivas médias. O modelo, lançado no exterior em outubro do ano passado, não sofreu mudanças significativas no motor e chassi, mas ganhou quick-shifter (que permite subir as marchas sem o uso da embreagem), além do controle de tração, níveis de entrega de potência e freios ABS de série do modelo anterior e, o melhor, com um preço competitivo. 

A Ninja média chega às lojas na segunda quinzena de abril apenas na cor verde da Kawasaki Racing Team com preço sugerido de R$ 49.990 (sem frete) – abaixo, portanto, do antigo modelo que, com ABS, era vendido por R$ 53.000. 

Visualmente, a nova ZX-6R tem carenagens com linhas mais angulosas e um conjunto óptico frontal mais afilado e com dois faróis de LED, que também equipam a lanterna e os piscas. A identidade visual foi inspirada na Ninja H2, a “hiperesportiva” superalimentada da marca japonesa, e lembra bastante a Ninjinha 400. O painel também é novo e ganhou um bem-vindo marcador de combustível, enquanto manteve conta-giros analógico e uma tela de LCD de fácil leitura e com bastante informações. 


Motor e chassi 

Com a proposta de ser uma esportiva para quem quer rodar nas ruas e estradas, mas também se divertir na pista, a nova ZX-6R oferece bom torque em baixos e médios giros e potência suficiente para se divertir na pista. São 136 cavalos a 13.500 rpm, um (1 cv) a menos do que no antigo modelo em função da adequação às normas antipoluição Euro 4, que inclui nova caixa de ar e acertos na central eletrônica. O torque manteve-se em 7,2 kgf.m, mas a 11.000 rpm, 500 giros a menos do que na geração anterior. 

Para melhorar o desempenho na estrada, a Ninja 636 recebeu um pinhão com um dente a menos, o que encurtou a relação final e proporciona retomadas ainda mais vigorosas. E “economiza” em reduções de marcha. A mudança deve beneficiar os consumidores que usam a esportiva em viagens e passeios. 

O chassi perimetral de alumínio prensado não mudou. As suspensões usam garfo telescópico invertido Showa com funções separadas (Separate Function Fork), na dianteira, que têm ajuste de pré-carga da mola na bengala esquerda e os de compressão e retorno na direita. O monoamortecedor traseiro com reservatório de expansão a gás fixado por links é totalmente ajustável. O peso do conjunto é de 196 kg em ordem de marcha. 

Os freios têm discos duplos de 310 mm na dianteira com pinças monobloco Nissin fixadas radialmente; e disco de 220 mm com pinça simples na traseira. O sistema ABS, desenvolvido pela própria Kawasaki, agora é de série. 

Outra boa novidade na parte ciclística são os pneus Bridgestone Battlax Hypersport S22, voltados para o uso em estradas e que prometem boa aderência no molhado. São calçados em rodas de liga-leve nas medidas 120/70-17, na frente, e 180/55-17, atrás. Mais adequados para a rua, podem também ser usados em pista. 


Na pista

Embora a Kawasaki afirme que a maioria dos consumidores da Ninja ZX-6R use a moto em ruas e estradas, a apresentação para a imprensa brasileira foi na pista da Fazenda Capuava, no interior de São Paulo (SP). A meu ver o cenário ideal para conhecer as novidades e levar a superesportiva média ao limite.

Ao montar na moto, o assento mais estreito na junção com o tanque facilita apoiar os pés no chão e até parece estar mais baixo, mas a altura é a mesma de 830 mm. Assim como o triângulo de pilotagem, formado pelas pedaleiras, semi-guidões e banco. Uma posição até confortável se comparada a outras superesportivas. Há bom espaço para se movimentar sobre a moto e boa proteção aerodinâmica – pelo menos para pilotos de 1,70 m, como é meu caso.

Os quatro cilindros acordam facilmente e emitem o ronco que tanto encanta os fãs das esportivas. A nova ponteira, mais curta e triangular, é mais leve, já que a “marmita” foi deslocada para baixo do motor, centralizando as massas e ajudando no bom equilíbrio da ZX-6R. 

Como uma boa superesportiva média, a Ninja 636 garante uma entrega de potência linear, mas sem assustar. Após as primeiras voltas comedidas para relembrar o traçado e se acostumar com os comandos da moto, era hora de “torcer o cabo” na reta principal. Os giros sobem rapidamente e o shift-light (a luz que indica a troca de marcha) começa a piscar. Estico até próximo dos 14.000 giros e aproveito o novo quick-shifter para subir as marchas de forma mais rápida sem acionar o manete de embreagem, que no modelo 2019 é ajustável.

Engato quarta, quinta marcha e o velocímetro marca 200 km/h antes da forte frenagem para uma curva de 180° ao final da reta. Os freios garantem resposta imediata, enquanto a nova embreagem assistida e deslizante evita que a roda traseira “pule” muito em reduções mais bruscas. 

As suspensões com acerto da fábrica afundam um pouco antes da entrada de curva, mas a Ninja ZX-6R é dócil tanto no motor quanto na parte ciclística. Aponto para a entrada de curva e a curta distância entre-eixos – de 1.400 mm – permite deitar sem muito esforço. Os pneus, com calibragem mais baixa para o uso em pista e previamente aquecidos, demonstram boa aderência.

Na saída de curva, a resposta ao acelerador é suave, mas instantânea. A relação final mais curta e o bom torque em médios giros garantem que a ZX-6R não tenha a letargia nas retomadas das antigas motos de 600 cc. O controle de tração, selecionado no nível “1”, o menos intrusivo, dá a confiança para acelerar sem medo. Vale dizer que, apesar do ritmo mais esportivo, não senti o sistema atuar em nenhum momento. Há ainda os níveis “2”, indicado para as ruas, e o “3”, para pisos molhados. Também pode-se desligar o controle. De tão dócil, nem experimentei o modo “Low” de mapeamento do motor, que entrega 20% menos potência. Rodei todo o tempo com o motor no “Full” e os 137 cavalos a disposição. 


Divertida o suficiente

Quando o assunto é motos superesportivas logo vem à cabeça dos motociclistas os modelos de 1.000 cc que oferecem cerca de 200 cv de potência máxima, eletrônica equivalente a motos de competição e com preços na casa dos R$ 70 mil. Muitos nem consideram os modelos de média capacidade como a Kawasaki Ninja ZX-6R. Mas vale destacar que, nos últimos anos, o segmento tem ficado um pouco esquecido pelas marcas.

Em função das normas Euro 4, Honda e Suzuki tiraram suas superesportivas de 600 cc de linha. A Yamaha renovou a YZF-R6 no exterior, mas nunca a vendeu oficialmente no Brasil. A Triumph deve mostrar ainda neste ano a nova Daytona 765 tricilíndrica para aumentar as opções no segmento.

A Kawasaki acertou em cheio em explorar esse nicho de mercado. Afinal, por enquanto, quem quer uma superesportiva, mas não se preocupa em exibir cilindrada, tem no modelo da marca japonesa a única opção no Brasil. 

Com preço sugerido de R$ 49.990 e dois anos de garantia, a nova Kawasaki Ninja ZX-6R levanta uma dúvida: quem precisa de uma esportiva de 1.000 cc com 200 cv? A Ninja média tem ciclística ágil, potência suficiente para atingir velocidade acima do limite na estrada e o bastante para acelerar na pista, e eletrônica moderna para garantir uma rede de segurança para os pilotos amadores. E, o melhor, por um preço mais competitivo.

Ficha técnica 

Kawasaki Ninja ZX-6R 2019

Motor Quatro cilindros em linha, DOHC, 16 válvulas e arrefecimento misto ar e líquido

Capacidade cúbica 636 cm³

Potência máxima (declarada) 136 cv a 13.500 rpm

Torque máximo (declarado) 7,2 kgf.m a 11.000 rpm

Alimentação Injeção eletrônica

Câmbio Seis marchas

Transmissão final corrente

Partida Elétrica

Quadro Perimetral em alumínio prensado

Suspensão dianteira Garfo telescópico invertido (upside-down) de 41 mm de diâmetro completamente ajustável e 120 mm de curso

Suspensão traseira Balança monoamortecida com amortecedor a gás totalmente ajustável e curso de 151 mm

Freio dianteiro Disco duplo de 310 mm de diâmetro em formato margarida com pinça monobloco Nissin fixada radialmente e sistema ABS

Freio traseiro Disco simples de 220 mm de diâmetro em formato margarida e pinça de pistão simples e sistema ABS

Pneus 120/70-ZR17 (diant.)/ 180/55-ZR17 (tras.)

Comprimento 2.085 mm

Largura 710 mm 

Altura 1.100 mm

Distância entre-eixos 1.400 mm

Distância do solo 130 mml

Altura do assento 830 mm

Peso em ordem de marcha 196 kg 

Tanque de combustível 17 litros

Cores Verde KRT (Kawasaki Racing Team)

Preço sugerido R$ 42.990

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